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 Doenças Psicológicas








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Fobias

O que é a fobia?

 

As fobias são um dos transtornos de ansiedade mais frequentes que o ser humano apresenta. A ansiedade é uma sensação normal experimentada por todos os seres humanos, porém com a mudança de hábitos proporcionados pela evolução da sociedade, essa sensação tem-se intensificado, causando problemas em inúmeras pessoas. Os transtornos fóbicos constituem um grupo de doenças psicológicas onde a ansiedade é ligada predominantemente a uma situação ou objecto.

A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante de uma situação ou objecto que não apresenta qualquer perigo para a pessoa. Com isto, essa situação ou esse objecto são evitados a todo custo. Essa evitação leva muito frequentemente a limitações importantes na vida quotidiana da pessoa.

 

Como ocorrem as manifestações de medo, pavor e pânico?


Ao se confrontar com o objecto causador da fobia, é enviado para o cérebro através do sistema nervoso central, um estímulo que vai ser reconhecido como ameaçador. Logo de seguida, o hipotálamo vai actuar sobre a hipófise que vai libertar a hormona ACTH e estimular as glândulas supra-renais a produzirem adrenalina e cortisol. Desta forma são desencadeadas as manifestações físicas de uma crise de medo, pavor e pânico.

 

Quais os sintomas?

 

 

As respostas que damos perante uma situação fóbica podem ser analisadas a três níveis: cognitivo  (o que pensamos?), fisiológico  (o que sentimos?) e comportamental  (o que fazemos?). Como tal, devemos ter em atenção os sinais que o nosso organismo emite, de acordo com estes três níveis.

 

 

Nível Cognitivo

 

Nível Fisiológico

 

Nível Comportamental

 

Achamos que vamos perder o controlo

 

Achamos que nos vai acontecer algo terrível

 

Procuramos uma forma mais rápida de fugir à situação ou ao objecto temido

 

Dificuldade em respirar

 

Boca seca

 

Aumento do batimento cardíaco

 

Aumento da sudação

 

Náuseas

 

Tonturas

 

 

Fugimos da situação ou objecto temido

 

Evitamos todas as actividades que possam estar relacionadas com o objecto ou situação temida

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quais os tipos de fobias que existem?

 

Existem três tipos de fobias:

  • Fobia social
  • Agorafobia
  • Fobia Específica

Passemos à análise de cada uma das fobias:


Fobia social - caracteriza-se por um medo intenso e persistente em resposta a situações sociais, de desempenho ou quando se é observado, nas quais o embaraço possa ocorrer. Estas situações temidas são evitadas ou então são suportadas com uma ansiedade ou mal-estar tão intensos, que muitas vezes, culminam no ataque de pânico. É natural sentir-se incomodado quando se é observado: esse desconforto até certo ponto é normal e aceitável, muitas vezes vantajoso. Passa-se a considerar esta vergonha ou timidez como patológicas a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela.

  • Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico é necessário que a pessoa com fobia social apresente uma forte sensação de ansiedade ou desconforto sempre que exposta a determinadas circunstâncias. A intensidade desta reacção de ansiedade é desproporcional ao nervosismo que esta situação exigiria das pessoas em geral, e isso é reconhecido pelo paciente. No momento em que a pessoa é exposta a uma situação incómoda para ela, a crise de ansiedade é de tal forma intensa que parece uma crise de pânico. Por causa de todo o desconforto envolvido nessa situação a pessoa passa a apresentar um comportamento de evitação para estas situações.

 

 

Curiosidades:

  • Apresenta um índice de prevalência de 3% a 13% ao longo da vida do indivíduo;
  • Ocupa o terceiro lugar das patologias mais comuns comparativamente a todos os transtornos mentais;
  • A percentagem de indivíduos com fobia social “pura” oscila entre os 19% e os 31% na população geral pois, muitas vezes, esta vem associada a outras patologias.

 

Agorafobia - inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de escapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa). É o comportamento de evitação provocado por lugares ou situações onde a fuga seria difícil ou embaraçosa caso se tenha uma crise de pânico ou algum mal-estar.

  • Diagnóstico

Para a realização do diagnóstico basta a existência do comportamento marcante de evitação de determinados locais (que são sempre os mesmos) por medo de passar mal, ter um ataque de pânico ou de ter os sintomas parecidos a um ataque de pânico, sem que nada de errado tenha acontecido nesse local com esse paciente.

 

Fobia específica anteriormente designada por fobia simples, tal como o próprio nome indica, são fobias restritas a uma situação ou objecto altamente específicos, tais como, animais inofensivos, altura, trovões e relâmpagos, voar, espaços fechados, doenças, dentistas, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia-a-dia confrontar estas situações ou objectos depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.

  • Diagnóstico

Na realização do diagnóstico deste tipo de fobias é necessário que exista um objecto claramente identificável. Este objecto sempre que apresentado, desencadeia uma forte reacção de medo, ansiedade ou mal-estar no paciente, podendo chegar a uma crise semelhante a crise de pânico. Para algumas entidades o diagnóstico só pode ser dado quando o objecto fóbico interfere na rotina do indivíduo.

 

 

Curiosidades:

  • Apresenta um índice de prevalência de 7,2% a11,3% ao longo do ciclo de vida do indivíduo;
  • Os primeiros sintomas de fobia específica ocorrem geralmente na infância ou na adolescência;
  • Constituem aproximadamente 15% dos transtornos fóbicos seguidos em clínica.

 

Algumas fobias mais comuns:

  • Aracnofobia: medo de aranhas - uma pesquisa realizada na Universidade de Pittsburgh (EUA) mostra que as mulheres têm quatro vezes mais probabilidade de terem aracnofobia que os homens.
  • Claustrofobia: medo de lugares fechados.
  • Acrofobia: medo de alturas - estima-se que quase 5% da população mundial sofra de medo das alturas, uma das fobias mais comuns do mundo.
  • Necrofobia: medo da morte.
  • Odontofobia: medo de dentistas - uma pesquisa demonstra que entre 9 e 20% das pessoas evitam ir ao dentista por ansiedade ou medo.
  • Cinofobia: medo de cães.
  • Brontofobia: medo de trovões e relâmpagos.
  • Nictofobia: medo do escuro ou da noite.
  • Ofidiofobia: medo de cobras.
  • Aerofobia: medo de andar de avião.

 

Algumas fobias mais estranhas:

  • Botanofibia: medo de plantas.
  • Clinofobia: medo de camas ou de se deitar.
  • Sofobia: medo de aprender.
  • Vestifobia: medo de roupas ou de se vestir.
  • Bibliofobia: medo de livros.
  • Melofobia: medo de música.
  • Aurofobia: medo de ouro.
  • Coulrofobia: medo de palhaços.
  • Automisofobia - medo de ficar sujo.
  • Fronemofobia  – medo de pensar.

 

Qual o tratamento?


O tratamento mais frequente para fobias é um tipo de terapia comportamental cognitiva chamada terapia de exposição. Este tratamento é bastante eficaz. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental, cerca de 75% das pessoas ultrapassam as suas fobias com este tipo de terapia.

 Na terapia de exposição, o individuo é exposto, num ambiente seguro e controlado, ao seu objecto ou situação provocadora de medo. Isto é feito de forma gradual. Combinada com técnicas de relaxamento, esta terapia é muito eficaz e proporciona ao individuo um sentimento de controlo.

 Algumas fobias, como a fobia de aviões ou de conduzir, são tão comuns que existem profissionais especializados no seu tratamento. O número de tratamentos dependerá da intensidade da fobia, mas o tratamento é quase sempre de pouca duração.

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